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Vai-vai, vem-vem ou foi-foi?

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Vai-vai, vem-vem ou foi-foi?

A maioria das pessoas concorda sobre vários assuntos gerais, por exemplo, que deve existir liberdade de expressão, liberdade de religião, que o roubo e as agressões físicas devem ser (e são) proibidos. Os problemas surgem quando se passa dos princípios gerais às questões concretas e específicas.

Esse é o significado de “politicagem”. É distorcer a realidade.

É a especialidade dos marketeiros, vendedores, publicitários, artistas da sedução, quando apresentam tópicos imbuídos de slogans psicopatas. É o que os universitários fazem quando escrevem um trabalho para agradar ao professor em vez de articular e esclarecer suas próprias ideias. As pessoas precisam de princípios ordenadores e que de outra maneira, o caos começa a acenar.

Precisamos de regras, padrões, valores sozinhos e coletivamente e isso é ordem. Quem tem poder precisa se legitimar perante as novas gerações porque os futuros súditos podem ser mais ou menos obedientes, e isto depende muito da escola O processo de socialização começa com a interiorização do mundo exterior, ou seja, quando a criança passa a captar o comportamento de outras pessoas e estabelece sentido para o mundo em que vive e a família exerce forte influência no processo de socialização e suas regras, tanto dentro como fora dela, e isto, é o que determinará os valores morais e sociais, os quais serão transmitidos para cada componente, servindo como alicerce no processo. O resultado disto será quem vai dizer como a pessoa deve se comportar.

Já a escola que é uma importante instituição e que auxilia no desenvolvimento social, aprimorando habilidades e competências dos indivíduos, desempenha um papel fundamental na formação do conhecimento, dos valores e comportamentos, por intermédio da educação escolar, ou seja, o sujeito estabelece relações e compreende a forma de organização da sociedade na qual está inserido.

A educação não se limita ao âmbito escolar. Ela vai muito além da sala de aula, pois abre portas para outras esferas da sociedade e para um futuro promissor. Amplia os horizontes, transforma vidas, permite desenvolver o pensamento crítico e a moral. É por meio do conhecimento que o indivíduo impulsiona a sua vida, direciona sua trajetória, desenvolve valores éticos e exerce plenamente sua cidadania, compreendendo seus direitos e deveres.

Uma sociedade democrática, tenha ela, um governo à esquerda ou à direita, é aquela em que o poder está claramente repartido pelas suas várias instituições democráticas (executivas, legislativas ou judiciais) tendo a Sociedade Civil múltiplas formas de expressão e de intervenção. Assim sendo e se tem-se um contexto democrático de que os valores que integram a democracia são frágeis, principalmente, quanto à tolerância religiosa e às minorias e, até mesmo, em relação à própria forma de governo e ao respeito à oposição e a outros partidos e agentes políticos, há desconfiança em relação às instituições, o que corrobora para criar uma relação de distanciamento ou até de ausência de necessidade quanto a elas. E, em uma conjuntura de baixa confiança e de pouca adesão aos valores democráticos mais consolidados, esses comportamentos ganham novos contornos – mais radicais – com ataques diretos às instituições e a seus agentes, assim como a dissipação de valores antidemocráticos no ambiente on-line, e com ênfase entre apoiadores que se alastram nas plataformas digitais a partir de canais não oficiais de direita ou de esquerda.

Esta Entidade não compactua e repudia, veementemente, qualquer forma ou ato atentatório às Instituições, mormente, quando é feito ou a pretexto, ou ainda, em nome da democracia, da cultura ou da arte. Atentado é atentado e apologias devem ser combatidas e punidas de forma rigorosa.

A liberdade de expressão é algo vital, mas a falta de respeito do Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai coloca em xeque qualquer razoabilidade no tocante à liberdade de expressão, principalmente numa festa em que a segurança é realizada, em sua maior parte, pela própria Polícia Militar, para que tudo possa ocorrer bem e, pior ainda, quando essa afronta se dá num período conturbado para a segurança pública de São Paulo, no qual policiais estão sendo alvo de atentados, já havendo diversos mortos e feridos em serviço.

Írio Trindade de Jesus
É presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo e bacharelando em Ciência Política pela Uninter.

Colaborou: Doutor Frederico Izidro – Advogado e Professor de Direitos Humanos